segunda-feira, 23 de março de 2009

Baleias Jubarte e suas exigências



É claramente sabido que para qualquer animal o comportamento é conspícuo e intrínseco. Essa característica gera alguns padrões especiais, relacionados ao hábito alimentar, vida social, cuidado parental, comunicação, entre outros. Um exemplo de comportamentos notáveis de mamíferos colossais, é a capacidade de migração das baleias, em especial as Baleias Jubarte.
Esses gigantes nadam quilômetros para conseguirem permanecer vivos e perpetuarem sua espécie. Assim sendo, basicamente, as baleias Jubarte migram por dois fins, a alimentação e reprodução. Mas, não são criaturas errantes, e sim mamíferos que possuem instintos naturais que guiam suas viagens rumo a ambientes propicios e pré-destinados. As áreas destinadas à alimentação, por exemplo, são aquelas em que o nível de invertebrados se encontram alto no período destinado ao forrageio intenso.


Quanto aos locais de reprodução, esses são escolhidos seguindo exigências ambientais, ou seja, somente aqueles que possuem condições propícias para o acasalamento, parto e cuidado parental, são utilizados. Temperatura da água e marés são algumas das condições exigidas.


O comportamento migratório destas baleias são baseados não somente nos componentes ambientais, mas também em padrões comportamentais associados à vida em grupo. O principal deles é a segregação ordenada dos indivíduos, indicada por fatores sociais ou faixa etária.


Assim, através de estudos cada vez mais completos sobre estes animais e seus comportamentos, é que desenvolvemos uma noção da complexidade destes mamíferos aquáticos.

Fernando




Ler mais sobre:



Behavior of humpback whales, Megaptera novaeangliae (Cetacea:
Balaenopteridae): comparisons between two coastal areas of Brazil.
Diana G. Lunardi ; Márcia H. Engel & Regina H. F. Macedo (trabalho científico)
Video:

quinta-feira, 19 de março de 2009

A PRIMEIRÍSSIMA IMPRESSÃO E SUA NEUROIMAGEM


Olá pessoal...

Ai vai um texto interessantíssimo do Prof. César Ades.

Aproveitem!!!




A PRIMEIRÍSSIMA IMPRESSÃO E SUA NEUROIMAGEM

César Ades


Há quase trinta anos, o psicólogo Zajonc escreveu um artigo no qual defendia a idéia de que há mecanismos afetivos muito rápidos e automáticos, anteriores a uma avaliação cognitiva ponderada (American Psychologist, 1980). No título do artigo, fez até rima: “preferences need no inferences” (as preferências não necessitam de inferências). Um dos argumentos de Zajonc era a rapidez com a qual formamos impressões das outras pessoas, quase à primeira vista, sem ter consciência dos motivos exatos para a simpatia ou para a desconfiança. Houve controvérsia, na época, e críticas cognitivistas a Zajonc. Os resultados de pesquisas mais recentes, muitas delas baseadas em técnicas sofisticadas de exame do funcionamento do cérebro, dão razão a Zajonc e mostram que existem mecanismos para a formação rapidíssima de impressões a respeito das pessoas. Do ponto de vista evolucionista, não causa surpresa esta prontidão: o ser humano, como outras espécies sociais, depende muito do conhecimento a respeito de outros indivíduos para a sua (importante) adaptação ao contexto social. Precisa saber de quem poderá receber apoio e quem poderá agredí-lo, tem de situar-se na rede complexa de relações de dominância e saber como participar de alianças implícitas. Para isso, é essencial o julgamento rápido do outro. Acaba de ser publicado, em formato eletrônico, em Nature Neuroscience, escrito por Daniela Schiller e colaboradores, o artigo “A neural mechanism of first impressions”, no qual se descreve uma possível localização neural para este rapidíssimo mecanismo das primeiras impressões. Hoje em dia, não nos contentamos com especulações a respeito do funcionamento do cérebro, vamos direto a ele, com técnicas como as da ressonância magnética funcional, e o surpreendemos em plena ação. Schiller e colaboradores apresentaram aos participantes da pesquisa fotos de pessoas desconhecidas acompanhadas de uma pequena descrição de seus traços de personalidade e pediram a eles que dissessem o quanto gostavam destas pessoas. A atividade do cérebro era, enquanto isso, monitorada através de ressonância magnética. As cores diferenciais dos registros indicaram uma participação significativa da amídala e do córtex cingular posterior no processo de formação da impressão. É especialmente interessante o envolvimento da amídala, uma estrutura do cérebro especializada na aprendizagem do valor emocional e motivacional de estímulos novos. Os autores afirmam ser muito complexa a formação de impressões a respeito de pessoas, uma vez que envolve a ativação concatenada de vários sistemas cerebrais. Faz sentido esta complexidade neural, diante da complexidade das pessoas e de nossos critérios de avaliação. E também faz sentido que o mecanismo seja praticamente instantâneo: nele está embutida uma competência adquirida durante nossa longa evolução como seres sociais.
Schiller, D., Freeman J.B., Mitchell, J.P., Uleman, J.S., & Phelps, E.A. A neural mechanism of first impressions. Nature Neuroscience http://www.nature.com/neuro/journal/vaop/ncurrent/abs/nn.2278.html

segunda-feira, 9 de março de 2009

XXVII Congresso de Etologia


Olá.

Pra quem está pensando em conhecer algum lugar legal durante o feriado de Novembro, não pode deixar passar a oportunidade de unir conhecimento e diversão.
O XXVII Encontro Anual de Etologia será entre os dias 12 e 15 de Novembro de 2009, em Bonito-MS. As atrações de Bonito são unicas, justificadas pelas paisagens deslumbrantes em quase todos os passeios.

Imperdivel!!!

Mais informações em breve.

Qual a razão do estudo do Comportamento?




Além de ser uma ciência que agrada a muitos que apreciam a fauna na sua forma natural ou domesticada, o Comportamento Animal é de extrema competência quando da necessidade de compreendermos a magnífica complexidade dos animais. Ela não apenas sacia a natural e pura curiosidade humana, mas também busca ampliar nossos conhecimentos, utilizando-os em outras áreas mais especificas.



Conhecer as atividades, padrões e peculiaridades dos animais dão mais vida e sentido a áreas como veterinária, psicobiologia, zootecnia, ecologia, conservação e outros mais. Estudar como os animais reagem ao ambiente, frente a outros indivíduos (da mesma espécie, ou não) ou mesmo com suas próprias limitações fisiológicas e anatômicas, confere ao Comportamento uma importância única para as ciências que investigam os animais.



Como descrito por Charles T. Snowdon, "O comportamento é parte de um organismo tanto quanto sua pele, suas asas etc". Portanto, observando um peixe parado em seu aquário, apenas a merce do empuxo e da gravidade, teremos ai um ato, que pode ser simplesmente anotado como comportamento de descanso, ou comportamento nulo, mas ainda sim se nota um "fazer". Assim como não se pode excluir a pele como órgão do corpo, o comportamento nunca esta ausente de qualquer animal em qualquer situação. E assim, partimos de tal afirmação rumo a um caminho repleto de interessantes descobertas, importantes comparações e de minimas ações que auxiliam na sistematização dos animais da maneira mais completa e real. E mesmo a partir de simples observações de um animal, nos damos conta de quão esplêndida é sua existência.






Fernando